
Há muito tempo que não sentia o que estou a sentir.
É Domingo, e deve ser por isso e pelo Domingo que tive.
Estou sensível ao toque.
Há coisas que nunca imaginei que iria ter na minha vida. Há coisas que pensava que não existiam... Achava que o que tinha era o melhor, nem sonhando que poderia ter muito melhor. Achei que, quando perdi tudo, nunca mais iria ter valor (se é que algum dia tive). Cheguei a pensar que era culpada de tudo o que tinha acontecido e culpada por não ter o que tanto desejava: carinho. Atenção. Amor. Mimo. Achava que nada nem ninguém me iria fazer feliz, ou que jamais iria conseguir sê-lo.
Achei que não tinha valor.
Passou o fim de semana e tive a certeza que a felicidade existe. Não se procura. Simplesmente se encontra.
Voltei a acreditar no Amor. Voltei a acreditar na vida. E sei novamente o que é amar e dar tudo de mim. Voltei a saber o que é dar-me. O que é entregar-me. Voltei a sentir.
Chorei. Mas melhor foi ter chorado nos braços de alguém que me confortou. De alguém que cada vez gosto mais. Chorei com medo de perder tudo isto.
Sinto o toque dos pés à cabeça. Sinto. E sentir é a melhor coisa do mundo.
Hoje estou assim.... Amanhã... amarei mais ainda certamente!
Não posso deixar de sentir algum receio. Não sei explicar receio do quê mas talvez o normal do ser humano quando pensa. Receio.
Tenho a certeza que qualquer desilusão nesta fase seria difícil de suportar. Qualquer coisa que indicasse o fim seria difícil.
Vou-me mantendo assim, com a certeza que gosto e que posso ser feliz. E que toda esta vontade de chorar que sinto é de alegria por um dia ter imaginado isto... mas em sonhos. E que toda esta vontade de chorar que sinto é de emoção por sentir que afinal mereço ser feliz.