quarta-feira, 30 de abril de 2008

Desabafo

As minhas lágrimas são os desabafos mais sinceros...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Parvoices

Filho: Pai...
Pai: Humm?
Filho: Como é o feminino de sexo?
Pai: Quê?
Filho: O feminino de sexo.
Pai: Não tem.
Filho: Sexo não tem feminino?
Pai: Não.
Filho : Só há sexo masculino?
Pai : Sim. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e feminino.
Filho : E como é o feminino de sexo?
Pai : Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
Filho: Mas acabas de dizer que há sexo masculino e feminino.
Pai: O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra Sexo é masculina.
O sexo masculino, O sexo feminino.
Filho: Não deveria ser "A sexa"?
Pai: Não.
Filho: Mas porque não?
Pai: PORQUE NÃO! ...Desculpa, porque não. "Sexo" é sempre masculino. Filho: O sexo da mulher é masculino?
Pai: Sim. Não! O sexo da mulher é feminino. Filho: E como é o feminino?
Pai: Sexo também. Igual ao do homem.
Filho: O sexo da mulher é igual ao do homem?
Pai: Sim. Quer dizer...olha: há sexo masculino e feminino. Não é verdade?
Filho: Sim.
Pai: São duas coisas diferentes.
Filho: Então, como é o feminino de sexo?
Pai: É igual ao masculino.
Filho: Mas não são diferentes?
Pai: Não. Ou melhor, sim! A palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra. Filho: Então não muda o sexo. É sempre masculino.
Pai: A palavra é masculina.
Filho: Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculino seria "O palavra."
Pai: Basta! Vai brincar.
O filho sai e entra a mãe, o pai comenta:
- Temos que vigiar esse miudo...
- Porquê?
- Só pensa em gramática!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sem Dúvida

'As vezes queremos tentar superar-nos das quedas, queremo-nos armar em fortes ainda com a ferida por sarar, mas sozinhos é dificil, é dificil levantar, erguer a cabeça e dizer "A vida não é só isto".
Onde estão vocês amigos quando são precisos?

Faço de hoje o dia em que nomeio os meus pais como os amigos n.º1!'

quinta-feira, 24 de abril de 2008

'A vida tem quatro sentidos: amar, sofrer, lutar e vencer.

Então: AMA muito, SOFRE pouco, LUTA bastante e VENCE sempre!!!'

(falar é tão fácil....)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Sol em Gémeos, Lua em Capricórnio

Você nasceu com o Sol em Gêmeos e a Lua em Capricórnio.

Sua individualidade está sob a influência do Sol em Gêmeos, o que denota um temperamento intelectual, gentil e humano. Toda a sua vida se voltará para dentro graças à sua formação e à sua busca intelectual. As pessoas a consideram inteligente.


(Esta parte fez me rir!!)


Quando estressada, você hesita em seguir cursos definidos às pressas. Entretanto, o que porventura lhe falte nesse sentido é compensado por seu excelente intelecto. Você gosta de refletir sobre conceitos e tem uma visão ampla e humanística da vida. Detesta a violência e a julga incompreensível. Se pudesse fazer o que quisesse na vida, sem dúvida você se dedicaria exclusivamente a actividades intelectuais.


(Ham, ham... )



Externamente, sua personalidade não se coaduna inteiramente com seus sentimentos. Devido à educação e outras influências ambientais, sua personalidade se concentrou em atingir metas materiais com as quais, de alguma forma, você se identificou completamente. Porém seu eu interior não se coaduna com essas questões.
Cabe a você amenizar a influência de sua personalidade adquirida e deixar que os impulsos provenientes do eu interior venham à tona, a fim de promover uma maior integração.

(Ok. Alguém, sabe fazer tradução do que dizem os astros? =P)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Toque - Toque




Porque foi a primeira música que ouvi quando liguei o rádio.
Porque deu aquele 'toque' no coração.
Porque fez lembrar alguém que tenho saudades.
Porque foram momentos bem passados ao ouvir isto...
Porque essa pessoa era especial e faz falta.
Porque... apeteceu-me partilhar!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Crise Existencial

Não gosto de acordar e sentir esta sensação estranha dentro de mim.
Sinto-me como que doente. Doente e estúpida. Estúpida e inútil.
Não gosto de sentir este vazio e esta vontade de nada fazer.
Não gosto de ter noção disto tudo e não me 'mexer'.
Não gosto sequer de escrever acerca disto e ao mesmo tempo sinto necessidade.
Não gosto que... pareça que nada tenho para além de mim mesma (ainda que seja mentira).
Não gosto de saber que sou responsável pelos meus problemas e que só eu os posso resolver. Tarefa difícil para quem não tem força.
Não gosto que me apeteça chorar sem conseguir explicar o que me vai na alma. (nem que fosse uma 'explicação interior', para facilitar a compreensão do 'meu eu').
Não gosto!
Hoje não gosto de nada.
A única coisa a fazer com os bons conselhos é passá-los a outros; pois nunca têm utilidade para nós próprios.

Oscar Wilde

sábado, 19 de abril de 2008

sexta-feira, 18 de abril de 2008

[Bem] na minha mão

...

Presa por um fio
Na vertigem do vazio
Que escorrega entre os dedos
Preso em duas mãos
Que o futuro é mais
O presente coerente na razão
Frases feitas são reféns da pulsação

O Mundo

O que está para trás e adiante de nós, são pequenos detalhes se comparados com o que se passa dentro de nós.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Duas formigas japonesas encontraram-se no meio da rua:

- Qual é o teu nome?
- Fu
- Fu o quê?
- Fu Miga
- E o teu?
- Ota.
- Ota quê?
- Ota Fu Miga!
Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo.
Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer-te três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa de mal?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!

E é assim a moral desta historinha...
Diariamente, tropeçamos em cobras!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Porque hoje é 16 e mais uma vez o cinzento instala-se no céu.

Saudades.

Morcheeba - Part of the Process

Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.


Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.


Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.


Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.


Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?


Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.


(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)


Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.


(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)


Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente


Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.


Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.


Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,


Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.


Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.


Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.


Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.


(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.


Álvaro de Campos

Breathe

segunda-feira, 14 de abril de 2008

4 de copas

A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.

O que seria bem mais fácil se seguíssemos os nossos sonhos em vez dos sonhos dos outros...
Pois, a emoção é decerto uma forma de se subir mais alto.
E quando cai, de se cair de mais alto.
Aprende a serenidade.
Porque mesmo que caias, não te magoas tanto.

Tears Dry On Their Own

All I can ever be to you,
is a darkness that we knew
And this regret I got accustomed to
Once it was so right
When we were at our high,
Waiting for you in the hotel at night
I knew I hadn´t met my match
But every moment we could snatch
I don’t know why I got so attached
It's my responsibility,
and You don't owe nothing to me
But to walk away I have no capacity

He walks away
the sun goes down,
He takes the day but I’m grown
And in your grey
In this blue shade
My tears dry on their own.

I don't understand
Why do I stress a man,
When there's so many better things at hand
We could have never had it all
We had to hit a wall
So this is inevitable withdrawl
even if I stopped wating you,
A perspective pushes through
I'll be some next man’s other woman soon

Ah can I play myself again?
Or should I just be my own best friend?
Not fuck myself in the head with stupid men

He walks away
the sun goes down,
He takes the day but I’m grown
And in your grey
In this blue shade
My tears dry on their own.

So we are history,
Your shadow covers me
The skies above a blaze

He walks away
the sun goes down,
He takes the day but I’m grown
And in your grey
In this blue shade
My tears dry on their own.

I wish I could say no regrets
And no emotional debts
'Cause as we kissed goodbye the sun sets
So we are history
The shadow covers me
The sky above a blaze
that only lovers see
Pensar. E se o pensar fosse uma doença, mesmo que dela resulte uma pérola?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O Momento I

Daqueles que certamente não me vou esquecer.
Foi mais um momento em que se revelou a grande amizade que existe entre duas pessoas completamente livres de viver todos os dias como se fosse o último.

Obrigada por tudo. Obrigada pela amizade. Por não me cobrares nada e deixares-me ouvir e ser ouvida. Por me compreenderes.


Obrigada!
Quanto mais alto se sobe, mais longe é o horizonte.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

... Ser esta metamorfose ambulante...

sem rumo...
Vive a vida o mais intensamente que puderes. Escreve essa intensidade o mais calmamente que puderes. E ela será ainda mais intensa no absoluto do imaginário de quem te lê.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

'Os actos ficam para quem os pratica'

Como diz a minha Nêsi:

'Porque posso até ser parva. Não gosto é que me façam de.'
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

terça-feira, 8 de abril de 2008

(Nem tudo é) Fácil de Entender

Talvez por não saber falar de cor, imaginei.
Talvez por saber o que não será melhor, aproximei.
"O meu corpo é o teu corpo, o desejo entregue a nós".
Sei lá eu o que queres dizer... Despedir-me de ti, adeus um dia voltarei a ser feliz...
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor não sei o que é sentir
Se por falar falei, pensei que se falasse era fácil de entender
Talvez por não saber falar de cor, imaginei...
Triste é o virar de costas o último adeus, sabe Deus o que quero dizer.
Obrigado por saberes cuidar de mim, tratar de mim, olhar para mim, escutar quem sou...
E se ao menos tudo fosse igual a ti...
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor, ja não sei se sei o que é sentir.
Se por falar falei, pensei que se falasse era fácil de entender...
É o amor, que chega ao fim, um final assim assim é mais fácil de entender...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Tears in Heaven

A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos.


George Bernard Shaw

domingo, 6 de abril de 2008

"Às vezes um acontecimento sem importância é capaz de transformar toda a beleza num momento de angústia. Insistimos em ver o cisco no olho, e esquecemo-nos de ver as montanhas, os campos e as oliveiras"

Em vez de olharmos a vida como um todo, focamos a nossa atenção nos aspectos menos brilhantes em vez de realçarmos o que de bom temos. Se o coração está apertado de dor, já não conseguimos ver mais nada. Deixamos de trabalhar, ou pelo menos de produzir, e retiramo-nos para um canto do mundo de preferência deitados em posição fetal... Claro que temos direito a momentos de fragilidade, mas temos mais direito de lutar pelo nosso bem-estar! Perdemos muito tempo com posturas destas de “coitadinhos”. Tempo inestimável, aliás.
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas... a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.
Esquece os dias de nuvens escuras... Mas lembra-te das horas passadas ao sol .
Esquece as vezes em que foste derrotado... Mas lembra-te das tuas conquistas e vitórias. Esquece os erros que ja não podem ser corrigidos... Mas lembra-te das lições que aprendes-te. Esquece as infelicidades que enfrentas-te... Mas lembra-te de quando a felicidade voltou. Esquece os dias solitários que atravessas-te... Mas lembra-te dos sorrisos amáveis que encontras-te...
Esquece os planos que não deram certo... Mas lembra-te de SEMPRE TER UM SONHO...!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Tudo passa

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Apontamento

A minha alma partiu-se como um vaso vazio.
Caiu pela escada excessivamente abaixo.
Caiu das mãos da criada descuidada.
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.

Asneira? Impossível? Sei lá!
Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.

Fiz barulho na queda como um vaso que se partia.
Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada.
E fitam os cacos que a criada deles fez de mim.

Não se zanguem com ela.
São tolerantes com ela.
O que era eu um vaso vazio?

Olham os cacos absurdamente conscientes,
Mas conscientes de si mesmos, não conscientes deles.

Olham e sorriem.
Sorriem tolerantes à criada involuntária.

Alastra a grande escadaria atapetada de estrelas.
Um caco brilha, virado do exterior lustroso, entre os astros.
A minha obra? A minha alma principal? A minha vida?
Um caco.
E os deuses olham-o especialmente, pois não sabem por que ficou ali.

Fernando Pessoa