quinta-feira, 24 de novembro de 2011

HBA

Há coisa de um mês recebi uma carta em casa do hospital, a informar data e hora de um exame. Sei que quando vi a data da consulta pensei logo "isto é o dia da greve geral". Ora se eu estou informada, toda a gente daquele hospital também deveria estar informado que hoje iria haver greve geral. Tudo bem. Não vão deixar de marcar consultas para este dia porque nem toda a gente adere à greve - pensei eu.

Ontem os nervos já se apoderavam de mim, não gosto (como toda a gente devia de detestar) de ir ao hospital. Hoje dirigi-me ao hospital e como é lógico a maior parte das pessoas fez greve. Auxiliares na grande maioria. O grave, pelo menos eu considero, é ouvir da boca de médicos (vários médicos - não todos) presentes, para avisarem as pessoas que não haveriam consultas porque na ausência de auxiliares recusavam-se a deslocar-se à porta e chamar os doentes. (Pessoas que faltam ao trabalho, chegam atrasadas porque têm consulta nesse dia e para ter outra só de hoje a não sei quanto tempo... e até são sujeitos a serem descontados nos seus pequenos ordenados). Já os médicos presentes, não são descontados nos seus enormes salários porque levantaram o rabiosque da cama para se irem sentar no seu gabinete e culpar as pessoas que aderiram à greve por não poderem dar consulta.

E pronto, eu fui das que tirou um dia de férias, sou das que até nem perdeu nada com isso e talvez das que manda menos vir com o "sistema". Mas que perdi três horas da minha vida à espera que me informassem que não haveria consulta, perdi. 

Mero desabafo, porque isto só tem tendência a piorar e nunca a melhorar.
Há pessoas que embora médicos (as) não nasceram para estar no ramo da saúde.

Vou ali ver o mar, respirar fundo e aproveitar o resto do dia de férias que tirei à pala do exame que não fiz. (Sempre me disseram que temos de tirar sempre o lado positivo das coisas!)

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